Afinal, de quem é a culpa?
O tempo passa e muitos continuam bebendo ou usando outras drogas. Ainda há quem caia na armadilha de achar que viciados são vítimas da sociedade.
Muito se falou e se falará sobre esse tema, mas, aparentemente, a responsabilidade continua caindo nas costas dos familiares e, em especial, dos pais. Terríveis pais de todos os tipos: ausentes, briguentos, chatos, indiferentes, alcoólatras e tudo o mais que se possa imaginar.
Pior fica quando aparecem pessoas querendo dividir os créditos do problema com os traficantes, aqueles desalmados que providenciam os suprimentos de maconha ou o crack, por exemplo.
E o vício do álcool então, produto livremente comercializado? Nesse caso os culpados seriam talvez os agricultores que cultivam os cereais, gramíneas ou frutas que são sua matéria prima? Os empresários que os destilam, quem sabe? Os comerciantes que os vendem?
De qualquer maneira dúzias de culpados serão sempre escalados, incluindo, naturalmente, as famigeradas “más companhias”.
Esta parece ser uma discussão sem fim.

As fraquezas da alma: personalidades preguiçosas e egoístas
Mesmo que todos esses fatores pudessem, eventualmente, ser levados em conta, não se pode esquecer das características próprias e inatas de cada indivíduo que cai na dependência, de sua personalidade comodista e geralmente egoísta.
Sim, porque nem todos os filhos de pais desajustados caem no vício, assim como nem todos jovens de periferia socialmente conturbada o fazem.
Ele usa as drogas (incluindo sempre o álcool nessa lista) como um anestésico, que o protege das dores do mundo.

O alcoólatra
É, por exemplo, o pai de família que toma uma, ou muitas, no happy hour depois do trabalho para aguentar (leia-se: desqualificar) a ladainha da esposa sobre os problemas domésticos, como filhos desobedientes, contas a pagar, parentes doentes necessitando atenção, etc. Assumir problemas dá muito trabalho.
Geralmente o indivíduo que precisa beber um gole todos os dias, não se importa que os aborrecimentos da vida fiquem todos por conta de outra pessoa. E muito menos com o desgosto, preocupação ou aborrecimento que causa à família com suas atitudes ou ao chegar em casa mais ou menos alcoolizado. Acha que ninguém vai notar ou simplesmente não liga.
Resumindo: preguiçoso e egoísta.

O dependente químico
É o jovem que não tem coragem e tampouco disposição para lutar pelo que deseja, como um celular novo, uma namorada bonita, uma profissão legal, um diploma, um corpo mais saudável, um carro ou outro objetivo, entre muitas possibilidades. Estudar com afinco, esperar o tempo certo, trabalhar duro para conquistar são coisas que não fazem parte de seus pensamentos. Ele apenas quer tudo e quer agora mesmo. Ou se vende para o traficante ou, se for de família mais abastada, vai tentar usar o dinheiro da mesma, exigindo mesadas mesmo quando já passou da idade para isso; não raro chega a furtar em casa, se necessário, para conseguir o que precisa. É o tipo “nem-nem”. Nem trabalha e nem estuda de fato.
Resumindo: preguiçoso e egoísta

Preguiça X egoísmo
Em todos os casos percebe-se, facilmente, uma confusão entre uma personalidade fraca, comodista, preguiçosa e outra extremamente egoísta, que só olha o próprio umbigo, não medindo esforços para obter as substâncias que o auxiliam a esquecer suas próprias fraquezas, seus desejos, suas dificuldades e os impedimentos normais da vida.
É incrível, todavia, o estranho empenho quando precisa resolver suas urgências, como drogas ou dinheiro. Vai da sedução à agressividade.

Dramáticas consequências
Em função de sua personalidade se esquece, ou não toma consciência, que a somatória de outros fatores impedem sua felicidade:
– não sente compaixão, pois não qualifica o sofrimento alheio
– não se esforça para compreender e separar o certo do errado
– não assume responsabilidades pelo que faz ou deixa de fazer
– não admite que tem um grave problema
Na medida que a sociedade (aquela mesma onde ainda são colocados como vítimas por uns e outros) não aceita nem concorda com esse estilo de vida, que inclusive pode levar à uma morte precoce (lembrando que não existe o chamado maconheiro eterno, já que estará sempre caminhando para drogas mais pesadas), pois não há corpo saudável que suporte tais agressões de forma continuada, todos costumam se revoltar. Tudo isso para não falar que pode também terminar assassinado ao perambular nos cruéis submundos do tráfico ou dos bares, pontilhados de personalidades parecidas, isto é, também comodistas e egoístas, já que nesses lugares cada um só pensa em si mesmo e não mexe um dedo por nada e por ninguém.

Conclusão
Enquanto o mundo caminha para a frente e cada ser corre atrás de seus objetivos, este ser adoecido passa a vida se enganando, sofrendo e fazendo os outros sofrerem, reclamando, mentindo para si mesmo, numa posição de falsa vítima, ao mesmo tempo que vive de forma medíocre.
A solução é despertar, admitir e questionar o próprio comportamento.
Não esperar que o mundo aceite o jeito que se vive. Sair da zona de conforto. Aprender a amar fará diminuir a dificuldade de enfrentar a vida, pois receberá atenção e apoio; será mais amado; desta maneira, não mais precisará se anestesiar para poder conviver neste mundo cheio de desafios.

Resumo:
– o mundo tende a proteger os viciados como se fossem vítimas da sociedade; sociedade que ao mesmo tempo que protege, não os tolera
– viciados são, em geral, portadores de personalidades fracas e preguiçosas; não assumem responsabilidades; ao mesmo tempo são egoístas e insensíveis, sem compaixão com as dores alheias
– a tendência é que tenham vidas medíocres; que sofram e causem sofrimento aos familiares

 

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