O ser despertou e percebeu seus condicionamentos e defeitos. Aplicou na vida o que aprendeu durante o processo de transformação. Agora ele pode escolher, de forma verdadeiramente livre, entre sofrer ou ser feliz.
Felicidade e liberdade
Descobriu que a felicidade consiste em três coisas simples:
1. Transformar problemas em oportunidades de aprendizado.
2. Ser brando e resignado sem se sentir fraco ou fracassado, pois, ter razão não é aval
para irritação e, além disso, querer tudo do nosso jeito nem sempre é possível, necessário ou inteligente.
3. Quando nada mais tiver jeito, o perdão resolve tudo.
Além disso, ele também aprendeu os caminhos que, continuadamente, o manterão livre dos grilhões que os outros tentam lhe impor, além daqueles velhos conhecidos de sua própria história. Caminhos enlouquecidos e enlouquecedores aos quais se adaptava para sobreviver dentro dos condicionamentos sedutores que lhe turvavam a razão.
Senão, vejamos:
O aprendizado realizado
– Aprendeu a conhecer e admitir seus defeitos. Descobriu quem é de verdade, sem os disfarces que foi criando no decorrer da vida. Tirou as máscaras e jogou fora as desculpas esfarrapadas que, tão sistematicamente e, às vezes, até inconscientemente, usou para justificar seus atos, pensamentos e sentimentos.
– Aprendeu a abandonar a confortável posição de vítima que o acalentou dentro da gaiola dourada que construiu para si mesmo. Sem responsabilidades pelas próprias dores, mas também sem nenhuma liberdade de escolha consciente e, por consequência, sem possibilidade de ser mais feliz verdadeiramente.
– Aprendeu a selecionar, além dos modismos, da insanidade e egoísmo dos homens donos das verdades, os objetos que seriam focos de atenção de sua vida, como amigos, fontes de informações, fé, trabalho, atividades, laser, ideologias, doutrinas, etc. Isto é, aprendeu a escolher as lutas que quer lutar e que verdades absolutas não existem, pois tudo no universo depende da interpretação do observador. Cada ser escolhe os modelos de entendimento que lhe são peculiares e possíveis. Modelos que se adaptam ao seu nível de evolução dentro da grande consciência universal.
– Aprendeu a não se incomodar com os naturais períodos de solidão que todos passam, tão criticados pela sociedade regida por leis ocasionais. Aprendeu a apreciar sua própria companhia e a desfrutar dos próprios pensamentos, sentimentos e da natureza a seu redor.
– Aprendeu a observar o mundo e a estar desperto e atuante dentro dele. Deixou de ser uma massa amorfa e egoísta que apenas olhava para o próprio umbigo, desinteressado das dores e alegrias dos demais seres na natureza. Abandonou o antigo hábito humano de esperar ou pedir que algum ser sobrenatural ou divindade cuidasse dos problemas aparentemente alheios, enquanto cuidava apenas da própria vida. Isso quando não incluía os seus próprios problemas nas ordens de serviço.
– Aprendeu então, que estando consciente das aflições e alegrias do mundo, deveria e poderia agir como um agente de interferência no universo, fazendo a sua parte a cada momento na solução ou abrandamento dos problemas da humanidade. Descobriu suas potencialidades sutis e como usa-las.
– Aprendeu ainda a deixar de lado seus desejos e expectativas. Descobriu as diferentes nuances entre expectativa e esperança e entre desejo e respeito às reais possibilidades e, principalmente, necessidades, suas e dos demais seres vivos.
Os milagres possíveis e o instante presente
– Além de tudo, aprendeu a ter empatia e compaixão. Percebeu que existem outras partes de si mesmo. Partes que demandam atenção em seus sofrimentos, pois tudo e todos na natureza são impressões sencientes da própria consciência universal na qual está inserido. Percebeu que somos todos um e que a dualidade não existe.
– E, finalmente, aprendeu que é possível ao indivíduo fazer seus próprios milagres. Pode interferir no universo manifestado; pode curar corpos e corações invertendo leis da natureza e direcionando a magia do amor para o destino apropriado. Aprendeu a observar e a diagnosticar o necessário; aprendeu a ser proativo e a tomar decisões, tornando-se agente de transformação.
– Sobretudo, aprendeu a não procurar pelos resultados de suas obras ou esperar recompensas, vivendo intensamente o momento presente, o único disponível para seu existir em paz com a unidade. Viver o agora é um exercício mental de desapegar-se do passado, perceber o momento e admitir que não controla o futuro.
Evoluir ou contribuir
A grande surpresa do ser foi perceber que não está aqui para evoluir, e sim para ser criativo, solidário e irradiar o bem, pois as pessoas, como diz o Dalai Lama, são essencialmente boas quando se libertam da luta individualista do seu sofrer.
O tão almejado combate às injustiças, desigualdades e sofrimentos do mundo começa na modificação do ser humano, que é a essência da questão. Sem este passo rumo à libertação, sua mente não conseguirá contrapor as energias necessárias aos seus impulsos primitivos nesta grande ilusão que se convencionou chamar de vida.
Notas:
– este é o último post da série “Felicidade Consciente” deste blog.
– a série será republicada em forma de resumo desde o primeiro post, mas o leitor poderá ler a série na íntegra no blog.
– também será publicada no Instagram.
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– nova série vem por aí. Aguardem.
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