Ignorantes, acomodados ou incapazes?
Nos momentos de maior dificuldade da vida, os que mais nos ajudam, provavelmente, são aqueles que trazem conhecimento, auxiliando dessa maneira que realizemos a ação necessária naquele instante e também depois, se as mesmas situações se repetirem.
Infelizmente não lançamos mão desse recurso com frequência. Nas aflições costumamos preferir que façam por nós. Será que somos acomodados? Talvez ignorantes ou, quem sabe, somos incapazes mesmo. Será?
Se você não se acha nem acomodado e nem ignorante, por qual razão não cessa de pedir aos santos, aos anjos, aos guias, às divindades de uma forma geral, enfim, à terceiros, a solução de seus problemas e aflições?
Muitas vezes até temos o conhecimento do que fazer, mas permanecemos imobilizados e sem ação. Assumimos uma posição passiva e acomodada. Outras vezes nem procuramos saber o que poderíamos fazer e aí nos colocamos numa posição de ignorância das possibilidades.
E existem até ocasiões que temos conhecimento e agimos, mas se não der certo, o que pode acontecer por muitas razões que não vem ao caso, nos achamos incapazes e desistimos. Nas próximas vezes nem tentaremos porque achamos que não damos mesmo conta de prover a cura de nossas feridas do corpo e da alma. E voltamos à posição confortável do mendicante.

Nada mais que pedintes
E, como bons pedintes, posição confortável à qual estamos acostumamos e ouvimos a vida toda ser a demonstração de humildade, vamos solicitando as graças daqueles que julgamos saber o que é melhor e como fazer acontecer. Embora as três possibilidades estejam disponíveis no universo, isto é, aprender, agir ou pedir, via de regra corremos a solicitar a ajuda de nossos deuses e protetores, sem sequer ter tentado alguma coisa.
Já repararam como, na maioria das vezes, em vez de pedir conhecimento, pedimos que nos tragam soluções ou cura para nossos problemas?
Se pedíssemos conhecimento ou caminhos para obtê-lo, poderíamos reparti-lo, o que possibilitaria ampliar as probabilidades de socorro a muitos. Será que nos julgamos incapazes de agir, não buscamos ou nos acomodamos porque, no íntimo, desejamos que o milagre chegue até nós? É possível.

Qual o melhor milagre?
Mas, afinal, qual seria o milagre mais belo a se esperar? Aquele que cura um indivíduo ou aquele que propicia que possíveis soluções cheguem a muitos?
De qualquer maneira, não seria mais interessante buscar um conhecimento que pudesse ser colocado à disposição de outros, para que cada um pudesse realizar seus próprios milagres? Querer o milagre só para nós não seria uma postura, até certo ponto, egoísta, para não dizer, passageira?
Colocar o conhecimento à disposição dos outros não significa, necessariamente, dar palestras, escrever livros ou assumir qualquer posição de intelectualidade. Na maioria absoluta das vezes, basta nosso exemplo. A nossa modificação. Como quando um aborígene, ano após ano sendo surpreendido por um clima implacável e cansado de implorar a seus deuses que lhe enviassem o calor necessário para a sobrevivência de seu corpo, aprendeu que procurar um abrigo numa caverna no alto a montanha e cobrir-se com peles de animais era mais eficiente, apesar de bem mais trabalhoso. Precisou caçar animais e escalar montanhas, entre muitas outras coisas. Mesmo assim todos aprenderam e se beneficiaram. Até porque não havia outro jeito.

Faça seus próprios milagres
Não conseguimos ainda compreender, de fato, o que fazemos neste planeta, mas poderíamos afirmar que sejam quais forem as divindades possíveis no universo, sempre fomos ajudados com seus conhecimentos e não com milagres ou favores individuais.
Toda a natureza, cada ser vivo, sempre foram e serão os agentes das realizações na Terra. Não temos como escapar dessa realidade. Desta forma, não podemos nos acomodar. Precisamos tomar posse de nossa capacidade de buscar o conhecimento e de agir, assim como compartilha-lo com compaixão.
Não espere milagre dos outros. Deuses, guias, santos, anjos ou outros avatares, não estão aqui para agir. Você está aqui para agir. Eles estão aqui para ensinar e mostrar os caminhos, se você tiver paciência para escutar.
Você é e sempre foi o agente dos milagres. Faça-os acontecer.

Resumo:
– é fundamental para o ser reconhecer as fontes de ajuda possíveis para sua modificação no universo e consequente alívio de suas dores
– reconhecidas as fontes de ajuda saber o que esperar delas, isto é, transformar a expectativa do milagre pronto pela administração própria do conhecimento permanente e generoso
– a ação pessoal se torna instrumento decisivo no processo de cura
– nós somos os agentes dos milagres e não as divindades de nossas crenças; estas apenas nos disponibilizam o conhecimento necessário

 

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