É chegada a hora de parar de sofrer.

Nos posts anteriores passamos em revista nossos inúmeros defeitos, condicionamentos e por que não dizer, pequenas insanidades. Começamos a nos descobrir e a tirar nossas máscaras, aquelas que nos impedem de caminhar em direção a uma felicidade real.

Nossos defeitos

Entre muitos outros, poderíamos citar:
– muitos de nós somos intolerantes, mas arrumamos mil e uma desculpas para justificar nossas pseudoverdades e nossos atos agressivos, geralmente ridículos; nossas ações chegam a beirar a insanidade.
– também podemos ser orgulhosos, o que nos cega para nossas limitações; altivos, não aceitamos ajuda que não venha disfarçada de obrigação alheia; sofremos e criamos ao nosso redor antipatias e desânimo.
– a inveja, aquela que anda sempre de braços dados com a vaidade, pode fazer parte de nossa personalidade e, nesse caso, caminhamos lado a lado com a frustração. Tornamo-nos escravos daquilo que está fora de nós.
– somos melindrosos e nos ofendemos se alguém aponta algum defeito. Ficamos irritados, sofremos e fazemos sofrer, mas preferimos pensar ou que são injustos conosco ou que ninguém percebe nossos defeitos.
– costumamos também criar expectativas sobre nós e sobre os outros. Assim, jogamos a felicidade para frente no tempo. Confundimos esperança com expectativa e, nesta última, teremos que ser providos pelo mundo.
– somos seres prepotentes, que gostamos de fazer nossa vontade prevalecer; como, naturalmente, nem o mundo e menos ainda as pessoas estão aí para satisfazer nossos desejos, ficamos irritados e nos deprimimos. Sofremos.

Siga seu coração e quebre a cara

Hoje em dia muitas pessoas estão convencidas que devem seguir o próprio coração, como se isso representasse uma legítima e inesperada liberdade de expressão.
É quase como se fosse algo inteligente. Ultrapassar a mente e a razão para ouvir o eu interior está sendo considerado nos últimos tempos como tesouro de grande elevação.
“Seja você mesmo!” _ nos grita o coração a toda hora, especialmente nas horas que estamos sendo contrariados ou instados a cumprir deveres e rumos impostos pela sociedade organizada ou simplesmente pelos outros, desde os grandes eventos que contemplam, por exemplo, regras de trânsito, onde as consequências de nossos atos podem atingir a muitos, até chegar às pequenas contendas domésticas.
No fundo, o ser humano tem grande dificuldade em abrir mão de suas convicções e, principalmente, de seus condicionamentos. Desta maneira seu comportamento costuma ser decorrente de um aprisionamento em meias verdades, próprias ou compartilhadas, mesmo que a esse cárcere privado ele chame de liberdade.
Não percebe que muitos pensamentos são gatilhos que só servem mesmo para apertar os grilhões de sua alma, como por exemplo:
“Só os tolos andam nessa velocidade nesta estrada”
“Ninguém manda em mim”
“Vocês são todos uns ridículos”
“Como ousam achar que isto ou aquilo é o melhor? ”
“Ninguém me entende”
E assim por diante.

Afinal, quem é você?

Nos dias atuais somos incitados, a todo momento, especialmente através de redes sociais, a assumir, inadvertidamente, determinadas posições que nos mostram como não deixar que ninguém tome as rédeas de nossa vida.
O que o indivíduo não percebe, todavia, que ocultas no bojo dessas inúmeras e, aparentemente, admiráveis mensagens que respondem a seus anseios, estão outras tantas ordens ou determinações subliminares que fingem engrandecer seu espírito e seu livre arbítrio.
O ser vai se tornando seu próprio carcereiro, apesar do aparente glamour com o qual é seduzido a achar que precisa dar ouvidos à sua alma, aquela coisa maravilhosa e esquecida que clama por liberdade.
Esta última, no entanto, está irremediavelmente perdida a partir do momento que passa a reproduzir antigos e ultrapassados padrões, seus ou de outros, sem passá-los pelo crivo da razão ou do bom senso.
Será mesmo que esse mundo interior, que tanto nos cobram exteriorizar, do qual nossas emoções, atitudes e sistema de crenças são simples cópias mal-acabadas, é tão cheio de virtudes, sabedoria e verdade?
Será que a tal voz do coração é isenta de nossos defeitos, interesses e de quem realmente somos?
Ou será que, ao darmos ouvidos às nossas verdades secretas, tão exaltadas e engrandecidas pelas falas anônimas que nos cobram uma atitude, como se com elas pudéssemos contar quando tudo der errado, não é apenas uma maneira de fazermos valer nossos próprios desejos de forma mais ou menos egoísta?
É sempre interessante lidar com a verdade e refletir.
Por via das dúvidas também é sempre bom saber primeiro quem somos antes de ouvir a tal voz do coração.
Você sabe quem você é? Saberia enumerar seus defeitos?
Porque se não sabe ou finge que não sabe, vai se dar mal deixando que essa voz guie sua vida. Quando ouvir seu coração e encontrar somente o que lhe convém, desconfie.

Como encontrar a felicidade?

Não gostamos de sair de nossa zona de conforto e, dessa maneira, não corremos atrás de verificar quais as modificações seriam necessárias, no aqui e agora, para resolução de nossos problemas, especialmente os do nosso temperamento, que costumam ser a fonte de todos os demais que impedem nossa felicidade. Na medida em que não somos felizes no hoje, perdemos a capacidade de interferirmos no universo. Transformamo-nos em pesos mortos, mas confortavelmente instalados na posição de vítimas. Aí podemos nos queixar à vontade deste mundo cruel e seus terríveis habitantes que nada fazem para nos auxiliar ou então que impedem a realização de nossos desejos.
Esquecemos que a frustração faz parte da vida e que precisamos aprender a lidar com ela. Nem tudo pode ser do nosso jeito e achar que nossas necessidades devem sempre vir em primeiro lugar é, no mínimo, pouco inteligente. E, afinal, brandura não é sinal de fraqueza, assim como resignação não é sinal de fracasso.
Mas, para ser realmente feliz e descobrir suas reais necessidades, o ser precisa sair de sua zona de conforto, onde tudo lhe é familiar, aprender a pensar pela própria cabeça, perceber seus condicionamentos e admitir que tem defeitos e que, além de sofrer, também causa sofrimento. E, no final das contas, quem vai ficar sozinho é você.
A partir daí a verdadeira modificação poderá começar. Um caminho difícil,  mas seguro, onde a felicidade deixa de ser uma hipótese a ser perseguida para ser uma realidade imediata, independente da posição e da sociedade onde o individuo está inserido.

NOTA:

Nos próximos posts começaremos a instrumentaliza-lo para promover essas mudanças em você mesmo.

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