Depois desta jornada de tantos posts buscando compreender quem somos de fato, é possível que muitos ainda não tenham conseguido promover em si mesmos as modificações necessárias para poderem ser mais felizes.
Ao buscar uma modificação, espiritualização ou evolução cada ser tem uma maneira própria de caminhar preferencialmente. Pode ser através do conhecimento, da ação, da adoração ou ainda da transcendência. No entanto, se a pessoa se ater somente à sua preferência, isso pode não ser efetivo para sua modificação. Desta maneira, vamos enumerar alguns artifícios que, em conjunto com os entendimentos anteriores, podem facilitar essa empreitada.

A regra dos 30 segundos
Ela implica, basicamente, em prestar atenção nas próprias emoções e pensamentos. Somente assim o indivíduo poderá selecionar e dimensionar a intensidade com a qual será envolvido. Trinta segundos seria o tempo limite para essa percepção ocorrer, pois, caso contrário, sentimentos e pensamentos que não contribuem para sua felicidade tomarão conta daquele momento em particular.
São as raivas, por exemplo, que não se sustentariam caso o indivíduo refletisse por um instante a mais ou as ideias que ficariam sem sentido no aqui e agora, se nesse pequeno espaço de tempo ele percebesse os condicionamentos ou coisas pré-concebidas de outros tempos. Isso diz respeito a manter-se equilibrado, apesar dos estímulos negativos, externos ou internos, que fisgam emoções e pensamentos também negativos, isto é, não dar a eles o tempo necessário para se instalarem.

A tabela dos opostos
Trata-se de identificar e aprimorar as qualidades partindo do reconhecimento dos defeitos alheios, que, geralmente, também são os nossos. Isto é, como no fundo somos todos parecidos, pois o que muda em cada um é apenas a intensidade com a qual o defeito se manifesta, a questão é aprender a observa-lo nos outros e verificar a reação que ele provoca em si mesmo.
A partir daí nosso movimento cognitivo deverá ser o contrário, movimentando e impulsionando, com nosso pensamento, a emoção correta em direção ao outro, que será sempre o oposto do que é observado.
Por exemplo, se observamos alguém ter uma crise emocional, mesmo que aparentemente justificável, o que nunca é, contra nós ou nas proximidades, equalizamos a situação com nosso pensamento em vez de responder passionalmente no mesmo diapasão. A partir daí poderemos enviar ao agente o oposto, isto é, se percebemos a ira, enviamos a brandura, se observamos a intolerância, enviamos a resignação ou paciência, se o caso for de insensibilidade, sempre podemos enviar a compaixão e daí por diante.
Isto nos permite, caso vire um hábito, nos manter despertos e atuantes, não só como agentes de modificação do universo, mas também de nossa própria modificação.

Expectativa X esperança
Uma das maiores causas de nosso sofrimento é justamente a confusão que se faz entre essas coisas. Qual é a diferença que existe entre elas, cuja compreensão pode nos libertar de um sem número de dores que causamos em nós mesmos?
Criar expectativas é uma forma, quase prepotente, de querer controlar o universo. Especialmente quando envolvem outras pessoas e situações das quais não temos nenhum controle. Criamos expectativas, por exemplo, de que receberemos um aumento ou de que nosso filho vai passar no vestibular da escola pública ou, quem sabe, de que nosso time ganhará o campeonato anual. Só esquecemos que nada fizemos para merecer o tal aumento, que nosso filho estuda pouco e que nosso time é muito fraco.
Como o mundo e as pessoas não respondem de acordo com os pensamentos que criamos, por vezes quase delirantes, sofremos e, muitas vezes, causamos sofrimento, pois na expectativa colocamos apenas os nossos desejos, sejam eles justos ou não.
Já na esperança existe o altruísmo, o trabalho, a compaixão, entre outras coisas. O ser não deseja algo que o beneficie diretamente. Ele pode ter esperança que o mundo será um lugar melhor para criar os filhos ou, quem sabe, tem esperança que a guerra do oriente termine ou que não haja fome no mundo e assim por diante. Está consciente que aquilo pode ou não acontecer e, além disso, disponibiliza ao mundo o que percebe ser necessário.

As distrações do mundo
Quase sempre nos deixamos levar pelas distrações do mundo, tenham elas sido criadas por nós ou pelas circunstâncias da vida ao nosso redor. Não somos seres despertos e vivemos quase na inconsciência das dores de nosso mundo, assim como de suas maravilhas.
Enquanto não despertarmos e não passarmos a viver na potencialidade possível de nossas almas, estaremos impedidos de promover as ações efetivas para nossa felicidade. Seremos pouco mais que robôs repetindo frases desconexas, sorrindo ou chorando junto às multidões de outros seres inconscientes, deixando de viver o presente, nosso único instante possível de evolução.

Resumo:
– o conjunto de ações facilitadoras para nossa modificação, tornando mais fácil a conquista de nossa felicidade, passa por prestarmos mais atenção em nossos pensamentos e emoções
– passa também por aprendermos a observar no outro aquilo que precisamos modificar em nós mesmos e agirmos no sentido contrário
– passa ainda pela necessária compreensão que a expectativa nada mais é que o desejo ainda não atendido e a esperança, ao contrário, é um movimento altruísta da alma
– passa além disso, entre outras muitas coisas, pelo despertar do ser para uma vida real no mundo onde vive

 

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